quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Relacionamento Interpessoal e Gestão e Animação de Grupos

Actividade de Animação de um Grupo em Formação

A actividade de animação de um grupo em formação que eu proponho é o seguinte:
- Tema: Funcionamento de um motor turbofan;
- Objectivos: No final da actividade, os formandos devem ficar aptos a:
- Descrever a constituição de um motor turbofan;
- Explicar o funcionamento interno de um motor turbofan, tendo em consideração:
- Os fluxos de ar;
- As variações de temperatura;
- As variações de pressão.
- Público-alvo: Curso de Formação de Sargentos, Mecânicos de Material Aéreo;
- Técnicas (a partir da tipologia de Paulsen):
- "One-online Technique" com consulta de Aplicações online;
- "Many-to-many Techniques", utilizando um simulador interactivo e fomentando a discussão em grupo.
- Materiais didáticos:
- Os formandos devem consultar obrigatoriamente o site
http://www.lerc.nasa.gov/WWW/K-12/airplane/aturbf.html, este site é interactivo tem que ser explorado.
- Os formandos devem consultar facultativamente o site
http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_a_jato
- Cronograma:
- 1º dia; identificar os principais orgãos que constituem um motor turbofan;
- 2º dia; distinguir os fluxos de ar primário e secundário do motor turbofan;
- 3º dia; compreender como variam a temperatura e a pressão num motor turbofan;
- 4º dia; avaliar conhecimentos adquiridos, mediante a realização de uma actividade prática em simulador.
- Instruções para realizar a actividade:
- Formandos devem aceder obrigatoriamente ao site
http://www.lerc.nasa.gov/WWW/K-12/airplane/ngnsim.html, neste site efectuam as seguintes tarefas:
- Seleccionam o motor turbofan;
- Seleccionam para Output "Engine Performance":
- Colocam o Throttle a 50.019, altitude 2100-ft, speed-mph 379 e registam todos os valores;
- Avançam o Throttle para a posição máxima e voltam a registar todos os valores;
- Seguidamente devem comparar e comentar os valores obtidos nas duas experiências;
- Colocar no forum os resultados obtidos, para discussão com os outros formandos e com o formador.

Características pessoais que o formador online deve possuir

Ao pensar numa caracteristica pessoal que o formador online deve possuir, a minha eleita é a perspicácia.
Porquê a perspicácia? Nós temos cinco sentidos e cada sentido tem n formas de comunicar. Se o formador estiver na presença fisica do formando fácilmente se apercebe dessas formas de comunicação e intrepreta-as na hora respondendo da forma mais adequada ao momento. Se o formador estiver na presença virtual do formando não se apercebe dessas formas de comunicação e terá que saber ler muito bem nas entrelinhas, como se costuma dizer. Assim, o formador online tem que ser talentoso, tem que ter agudeza de espirito e tem que ser sagaz ou por outras palavras, tem que revelar perspicácia.

Estratégias pedagógicas que o formador online deve privilegiar

Quanto à estratégia pedagógica que o formador online deve previligiar, concordo com Sherry (1998) em que o professor se identifica com um orientador que apresenta modelos, faz mediações e colabora com outros profissionais. No entanto sou da opinião que o formador online tem que continuar a ser o especialista da área que lecciona, caso contrário perdem-se valores evidentes relacionados com a sabedoria e não é isso que se pretende com a formação. O formador online, no meu entender, deve primeiramente, na abordagem à matéria que lecciona, elaborar textos teóricos com referência às matérias a leccionar e facultá-los aos formandos, só depois deve de "vestir a pele" do moderador.

Competências Técnicas/Pedagógicas que o formador online deve adquirir

O formador online não deve ser o entendido apenas na matéria que vai leccionar, pois neste ambiente tem que dominar obrigatóriamente as novas tecnologias de informação/comunicação associadas à globalização, que quer queiramos ou não ela está a acontecer. Simultaneamente terá que saber, na área tecnológica também, tirar as dúvidas que possam existir aos formandos (embora as plataformas sejam bastante intuitivas, pode acontecer) para que estes fiquem dedicados às tarefas académicas. Claro que esta competência técnica por si só não basta, o formador online, como pessoa entendida na área que lecciona, terá a obrigação de a desenvolver com técnicas pedagógicas adequadas para que o formando possa evoluir academicamente de forma natural no seu percurso sem desmotivar, contribuindo desta forma para um baixo nivel de abandono por parte dos formandos.

Psicologia da Aprendizagem

Do seu ponto de vista fará ou não sentido este sistema de procedimentos para a tornar a formação mais eficiente?
Gostaria que efectuasse uma comparação entre o que tem sido a sua prática e experiência formativa e o modelo de Gagne de modo a identificar e descrever um pouco as semelhanças e as diferenças encontradas.


Este tema fez-me recordar um episódio que comigo se passou não há muito tempo e que vou tentar enquadrar da forma proposta como exemplo ao modelo de Gagne.
Uma praça acabada de chegar do CFMTFA à BA5 em Monte Real foi colocada na linha-da-frente do F16, local onde eu desempenhava as funções de CrewChief. No seu primeiro dia na secção de CrewChief’s o chefe de secção deu-me instruções no sentido de eu começar a formar essa praça em auxiliar de CrewChief. Feitas as habituais apresentações despertei-lhe a atenção dizendo-lhe que íamos aprontar um F16 para voar e que o objectivo principal era a aproximação da aeronave em segurança com o motor em marcha e parado. No caminho para a aeronave fiz-lhe algumas perguntas sobre as várias disciplinas que teve no curso estimulando-o para a recordação das matérias que estudou referindo que são uma mais valia para um bom desempenho dos mecânicos na aeronave. Quando chegámos à aeronave, uma segunda-feira de manhã fria no inverno, complicou-se tudo, porque debaixo da entrada de ar do motor estava tudo sujo com ramos dos pinheiros e eu disse-lhe para varrer essa zona, ao que o 2CAB respondeu ao 1SAR: “…eu fiz um curso de mecânico de aviões, não foi um curso de varredor.” Para mim estas palavras bastaram, levei-o para a secção, perguntei-lhe qual era o sofá que gostava mais, acendi a televisão num programa infantil e deixei-o ali (claro que tive que fazer todo o trabalho sozinho). À hora do almoço o chefe perguntou-me porque estava ali o 2CAB, a minha resposta foi: “É preciso eu dizer alguma coisa?!...” Responderam os dois que não.
A informação que passei a essa praça estabeleceu uma ponte enorme tornando possível guiar a aprendizagem, deixando-o numa situação real que o aliciou à prática, teve o feedback positivo dado pelo chefe de secção, desde esse dia preocupou-se com a sua performance e teve o tempo suficiente para rever onde falhou aumentando desta forma a retenção e a transferência.
Tornou-se, apenas, num dos melhores praças da secção!



Da sua experiência como formando, refira uma acção de formação em que gostou particularmente de tomar parte.

Sendo eu natural de uma vila (Pataias) muito próximo da Marinha Grande, cidade de cariz industrial com fortes tradições na industria de moldes, desde que ingressei na Escola Secundária da Marinha Grande (Escola Industrial chamada na altura por Técnica) que comecei a ter aulas de serralharia, mecânica, desenho, etc., em que a pressão para seguir uma carreira profissional na industria dos moldes, já se fazia sentir. Após terminar o 9º ano de escolaridade, de acordo com o meu desempenho ao nível da mecânica, sentindo alguma vocação e pensando em entrar no mercado de trabalho, inscrevi-me no centro de formação profissional de Leiria no curso de Desenho de Máquinas e Moldes. Esta acção de formação, particularmente orientada para o mundo profissional que se vivia na altura, foi a que mais gostei de participar.
Enquadrando a situação convém referir que esta formação remonta ao ano de 1985/86 e que nesta altura as dificuldades eram notórias:
- Não tinha transporte próprio; a formação era ministrada à noite; o computador não era uma ferramenta de fácil acesso (desenhava-se no estirador e a tinta-da-china); objectivo, aprender uma profissão para trabalhar; quem não tivesse um “conhecimento” numa fábrica de moldes, em vez de ir para desenhador/projectista, ia trabalhar para a oficina porque já sabia ler e interpretar desenho técnico.
Tirando os receios iniciais, assim que começou a formação reparei que existia um estirador para cada formando com todas as ferramentas necessárias ao desenhador da época. Quanto a publicações, existia um manual da escola com alguma abordagem teórica ao desenho técnico. Feitas as apresentações foi-nos dado de imediato uma “peça” para desenhar. Claro que o monitor ficou de imediato a conhecer as dificuldades de cada formando e a partir daí não mais largamos o estirador até conseguirmos, sentindo na pele as verdadeiras dificuldades de quem desenha e ultrapassando-as à medida da nossa evolução, atingir os parâmetros necessários ao desenho/projecto de um molde (no meu caso lembro-me que desenhei um molde para produzir copos de plástico que se utilizam nas máquinas de café).
Como balanço final e à custa de uma aprendizagem vocacionada para o trabalho, refiro a elevada auto-estima com que os formandos ficaram e o que as firmas de moldes “ganharam” em receber “sangue novo” habilitado à realidade laboral da época.

O Contexto Actual da Formação Profissional

Integração dos Cursos de Especialização Tecnológica (CET) na FAP
Reflexão

“Fomentar a competitividade do País com coesão social”, um dos objectivos do programa de governo, que caminhou no sentido da elaboração do Decreto-Lei n.º 88/2006 de 23 de Maio, promovendo uma reorganização dos cursos de especialização tecnológica ao nível do acesso, da estrutura de formação e das condições de ingresso no ensino superior. Com a preocupação de que actualmente ainda se consideram baixos os níveis de escolarização e qualificação profissional, pretende conciliar a vertente do conhecimento, através do ensino e da formação, com a componente da inserção profissional qualificada. Este concilio entre conhecimento/ensino e formação/inserção profissional qualificada, encaminha-nos no sentido de formar para trabalhar, o que eu considero muito positivo dado que desse facto podemos retirar proveitos profissionais e humanos muito valiosos para sociedade.
Será verdade que os CET formam para trabalhar? Comecemos por analizar a seguinte frase referente à oferta dos CET:
“Os Cursos de Especialização Tecnológica oferecem uma formação pós-secundária, não superior, com o objectivo de promover o percurso formativo que permite a obtenção de qualificação profissional, e ainda, o prosseguimento de estudos.”
Se bem entendi, qualificação profissional Vs prosseguimento de estudos! È o que se entende dessa frase.
Permitam-me nesta fase fazer um pequeno parêntises para referir que a própria Natureza está cheia de paradoxos, como disso é exemplo aquela estação do ano que todos nós apreciamos e que se dá pelo nome de Primavera. Sim, a Primavera é um paradoxo da Natureza, pois é a estação do ano em que se vestem as árvores e despem-se as mulheres.
Voltemos então à qualificação profissional Vs prosseguimento de estudos. Existirá aqui algum paradoxo? Estamos a qualificar pessoas com formação técnica de alto nível (mas ninguém diz qual é o padrão do nível técnico, o padrão que nos é dado é o da formação profissional que é 4 no caso dos CET, ficamos sem saber o que é o alto nível técnico) e depois não oferecemos trabalho digno dessas qualificações para que o recém diplomado execute a especialização técnica em que se formou, ou seja, estamos a qualificar pessoas que seguidamente ingressam no ensino superior não executando assim as suas qualificações. Sabemos bem que não se qualifica uma pessoa de um dia para o outro e que não é nada barato (investimos em recursos humanos que simultaneamente se tornam cada vez mais escassos).
Por outro lado, quando comparamos o peso específico das componentes de formação, verificamos algo de extraordinário:
- Componente de formação sociocultural, 10%;
- Componente de formação ciêntifico-tecnológica, 55%;
- Componente de formação contexto de trabalho, 35%.
Algo não bate certo nestas ponderações!...
... Então, um dos objectivos do programa de governo, não é “fomentar a competitividade do País com coesão social”?... E a componente de formação sociocultural tem uma ponderação de apenas 10%!
... Os CET promovem a obtenção de qualificação profissional?... E a componente de formação em contexto de trabalho tem uma ponderação de apenas 35%!
... Ao somarmos as ponderações das componentes de formação sociocultural e contexto de trabalho, obtemos 45%, ponderação esta muito abaixo dos 55% da componente de formação científico-tecnológica. Então, o objectivo principal dos CET, embora não pareça, é o prosseguimento dos estudos para o ensino superior. Seria interessante, por exemplo, que ao recém diplomado nos CET fosse exigido um tempo minimo de práticas na área em que se especializou para prosseguir com os estudos no ensino superior.
Pois é, parece que estamos mesmo na presença de um paradoxo. Serão os CET a Primavera da educação?
Bom, radicalismos à parte. Não quero de forma alguma tomar o partido do “não aos CET” antes pelo contrário, considero os CET como uma mais valia ao percurso formativo, agora ponho em duvida é se serão os CET necessários no contexto actual para a organização. Poderão sê-lo, mas não no contexto actual.
Quando nos referimos aos recursos humanos que actualmente servem as fileiras da FAP nos mais variados locais de trabalho, verificamos que o défice está de facto na mão de obra directa e não ao nível das chefias (dou como exemplo a actual reestruturação que está a decorrer, em que o número de oficiais subalternos e capitães diminui para o cumprimento da mesma missão), aliás, as chefias actualmente já possuem um elevado nível de formação, estão bem e recomendam-se, daí eu referir que no contexto actual os CET não sejam de todo necessários ao cumprimento da missão da FAP.
Penso que a FAP deverá de facto investir em qualificações, mas deverá exigir o retorno. Actualmente não considero que seja boa política incentivar por intermédio de qualificações científico-tecnológicas ao prosseguimento dos estudos para o ensino superior, quem quiser estudar tem toda a liberdade para o fazer, não necessita de incentivos desta natureza e a FAP necessita muito de mão de obra qualificada a trabalhar no terreno.
Por fim gostaria de deixar um pequeno, mas muito interessante, alerta. Quem é que de facto tem um elevado nível técnico entre duas pessoas com a mesma formação académica? Será a pessoa que andou n tempo a frequentar um CET e agora tem mais um diploma? Ou será a pessoa que imediatamente após o término do seu curso iniciou a sua actividade laboral e passou n tempo a trabalhar “na mina”, como se costuma dizer. Vale a pena pensar nisto.

Plano de Avaliação

O plano de avaliação parece-me bastante atractivo (pelo menos motivou-me para a frequência do curso), fiquei foi sem saber qual a duração do curso!...
... na ficha do curso a duração é de 94 horas (58 on-line e 36 presenciais); no plano de actividades é-nos dito que o curso terá a duração de 86 horas dividido em 6 módulos; quando fazemos o somatório dos sete módulos propostos dá 60 horas (se excluirmos o primeiro módulo dá 56 horas)!...
... não vamos ter uma componente de matemática, pois não?... fico mais aliviado.
Contrato assinado.
Cumprimentos a todos,
luìs silva
Pataias.